A Natureza que somos - filosofias e práticas para uma atuação genuína no mundo   Turma 3

A observação viva das infâncias pode nos revelar aspectos essenciais da natureza humana e nos contar sobre o que pode e deve permanecer na idade adulta. As crianças nos ensinam o que é aprender e como se aprende. Nascemos sabendo aprender. Aprender faz parte de nosso metabolismo. Andar, falar, pensar, nos relacionar, escrever fazem parte de nosso metabolismo. 

O que acontece quando escrevemos a partir de nosso próprio impulso de viver, como respirar, por exemplo? Que escrita é essa que fala de si ao mesmo tempo que fala do mundo que nos rodeia?

Diferentes grupos humanos pensaram a natureza de forma própria.

O saber científico atual nos traz inúmeras informações sobre quem somos no sentido de qual o “lugar"da Terra no contexto do Cosmos? Como nos entender dentro da dinâmica que forma o Universo?

Aqui em nosso "pequeno" pedaço de chão chamado Brasil, diferentes visões de mundo se misturaram para dar origem ao que somos, uma mistura de diferentes formas de pensar. Mas como pensavam a respeito da Natureza os viajantes africanos que para cá foram trazidos? Como a relação com a Natureza que tinham em seu território pôde ser transportada para cá, quando vieram para serem escravizados? E como esses saberes se expressam na atualidade?

E os povos originários que há milênios desenvolvem relações, diálogos e percepções de mundo aqui neste território? O que pensam, como interpretam a dinâmica viva que nos forma?

Dentro dos inúmeros referenciais que temos, também temos fortes influências do pensamento e das práticas orientais. Vamos conhecer como a Natureza é entendida pela filosofia Taoista.

Diversas correntes contemporâneas buscam formas de viver conectadas à dinâmica da Natureza. Vamos conhecer a permacultura que, dentre tantas outras abordagens, propõe um caminho prático de agir em consonância com o mundo selvagem, de forma inteligente e que garante a preservação da harmonia dos campos originais.

O que essas diferentes formas de viver têm em comum? Essa investigação pode nos revelar algo essencial da natureza que somos.

Quem sabe Goethe seja o poeta-cientista que mais tornou visível a palavra como expressão da natureza humana, equivalente às expressões das plantas e dos animais por meio de seus modos de ser e de fluir pela vida. Goethe vivificava a Natureza por meio da linguagem. Sua obra, O Fausto, de uma atualidade quase inimaginável, revela sua visão sobre a Natureza assim como sobre os perigos do iniciante desenvolvimento/comércio/industrialização com visões claras sobre o futuro que hoje vivenciamos e que se anunciava no início do século 18. Uma obra para muito além de seu tempo. Vamos sentir como a grandiosidade de sua visão da Natureza, de sua contemplação intuitiva da Natureza se entranhou na expressão linguística.

O imenso escritor brasileiro João Guimarães Rosa, homem extremamente culto e profundo conhecedor da obra de Goethe, escreve o Fausto brasileiro: Grande Sertão-Veredas, em cuja narrativa se revelam não só a Natureza do sertão de Minas Gerais como a Natureza do sertanejo, Naturezas em realidade, inseparáveis. 

Maria Gabriela Llansol, escritora portuguesa, nos proporciona uma experiência direta e profunda com a Natureza, com seu olhar atento ao pequeno e aos movimentos, buscando mergulhar no rio da própria expressão viva das coisas.

Como fazem tais escritores para transformar em linguagem a Natureza que somos?

Um tópico de aprofundamento e de grande força poética, para nos inspirar e nos formar.

O que queremos conservar? Que movimento criativo é preciso para que o pulso vivo do que queremos conservar siga forte e fértil?

Vamos olhar para a História Ambiental do Brasil, e alcançar nosso território como se fosse pela primeira vez. Vamos explorar o que nos é essencial para viver e o que levamos como bagagem desnecessária em nossos ombros. O que dessa bagagem queremos conservar? O que queremos descartar? De que precisamos para que as mudanças gerem equilíbrio, gerem vida?

Vamos conhecer como tem se dado os programas de conservação da natureza no Brasil, e questionar o que queremos conservar quando protegemos os ambientes naturais?

Vamos entrar no universo da arte, para chegar às possibilidades humanas mais amplas. O que significa criar algo?